quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O Vazio da Metafísica

Em comunidades e grupos de debates sobre religião, filosofia e ciência na internet algumas questões acabam sempre surgindo. As principais são sobre: A validade do discurso metafísico, a origem do universo, o ‘nada’ físico e o principio da causalidade. Como estas questões envolvem argumentações acerca das dimensões do universo; a base de toda a nossa intuição, razão e imaginação; A sua solução, ou dissolução, se torna muito complexa. Neste artigo pretendo argumentar, de forma o mais clara possível, como dissolver a questão da origem do universo.

É necessário, primeiramente, entender as formas como se pode eliminar um problema filosófico. É possível eliminá-los resolvendo as questões ao qual estão enunciados, dando-lhe respostas. Mas há também outra forma de tratar tais problemas. De forma terapêutica, dissolvendo as questões ao demonstrar que os problemas nem existem. Que são pseudoproblemas derivados do abuso da linguagem.

Considerando apenas as 4 dimensões que percebemos de forma mais intuitiva, as 3 espaciais ‘deslizam’ sobre a temporal em toda a sua extensão. Evoluímos para perceber tal mundo quadridimensional em cortes tridimensionais no sentido que chamamos de passado-futuro, na dimensão temporal. Do ponto de vista físico do universo não há uma distinção significativa entre essas 4 dimensões. Sendo todo evento definido segundo coordenadas 4D ( No tempo e no espaço ).

O universo é definido fisicamente como a soma de toda a matéria ( E tudo que interaja com ela de alguma forma ), energia e as dimensões nas quais tudo está ‘imerso’ ( Espaciais e temporal ).

Partindo desta definição podemos inferir que o universo, como um todo, não se expande ou retrai; visto que isso pressupõe tempo, que é inerente ao próprio universo. Ou seja, o universo tridimensional de 10 segundos atrás pode ser ‘maior’ ou ‘menor’ que o atual ( Embora isso também pressuponha espaço, inerente ao universo... ), mas ambos são apenas partes do universo total quadridimensional.

Diagrama da imutabilidade do universo quadridimensional por definição ( Retirando uma dimensão espacial para representação ).


Da mesma forma podemos inferir que o universo não ocupa uma posição especifica no espaço e no tempo.

Tal imutabilidade esvazia a questão da origem do universo, o pseudoproblema. Porque o universo não está imerso no tempo; não sendo definido em uma posição para tal comparação com um pseudo estado anterior, o ‘nada’ físico. A questão não só pressupõe a imersão do universo na sua dimensão temporal, como também a imersão do ‘nada’. Se o ‘nada’ não tem predicação, não poderia estar imerso no tempo ou espaço; se quer existe, não poderia ser um estado anteriorA existência só tem sentido dentro do sistema do universo.

Assim a metafísica é tão vazia quanto o termo ‘nada’; porque a causalidade só pode ser inferida dentro do universo, não para ‘alem’ de suas ‘margens’ no tempo e espaço ( Nem tem qualquer sentido dizer alem do espaço, e nem do tempo... ).

Quem achou interessante meu ponto de vista ou ficou com alguma duvida, e quiser comentar... Seja concordando ou discordando seria muito bom, para que eu possa podar minhas idéias.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Insegurança.

Como tornar o mundo menos inseguro.

Há algum tempo li um artigo de Stephen Kanitz, publicado na veja em 2001, muito interessante chamado “O Poder da Validação” que me inspirou a mudar a forma como lidar com as pessoas. Esta postagem resume a idéia básica desse artigo.

Todos nos somos inseguros, alguns podem disfarçar melhor que outros, mas em geral todo mundo em algum momento se sente inseguro de algo. Essa insegurança é um dos fatores que torna o mundo e a sociedade mais agitada, caótica e consumista.

O grande problema é que as pessoas não percebem que não tem controle sobre sua própria insegurança. Segurança não depende da gente, depende dos outros.

“Validação” é um conceito bem simples, que consiste em confirmar que a pessoa existe e tem um valor real. Todos sempre necessitam ser validados pelos outros. Alguém precisa dizer que você é bonito(a), por mais bonito(a) que você seja.

Validar é como dizer: “Você tem significado para mim”. Não é necessário muito para validar as pessoas ao nosso redor, porem geralmente estamos mais preocupados com a nossa própria insegurança que não fazemos isso. Queremos tanto mostrar que somos o “máximo” que esquecemos de dizer as pessoas ao qual admiramos que eles que são o “máximo”. Às vezes validamos pessoas que não gostamos por interesses e deixamos de validar pessoas dos quais gostamos.

Podemos tornar o mundo e a sociedade melhores quando nos tornando pessoas melhores. Pessoas que não pensam apenas em si mesmas, que tem a capacidade de validar aos outros e a humildade de saber que não tem controle sobre sua própria insegurança. Ao fazer pelos outros o mesmo que gostaríamos que fizessem por nos, estimulamos às pessoas a agir dessa mesma forma. Com o tempo essa simples idéia pode fazer toda a diferença.

Obs.: Tentei resumir com minhas palavras a idéia, mas é um pouco difícil pela excelente qualidade do texto do Kanitz. Bastante conciso. Então vou deixar uma referencia com o texto original completo.